Um deles é analisado pelo Ministério da Saúde para possível oferta na rede
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (23) o registro de três novos testes para diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus.
Dos novos testes, dois são moleculares e usam uma técnica conhecida como PCR, que verifica a presença de material genético do vírus em amostras das vias respiratórias de pacientes.
Um terceiro teste aprovado usa uma pequena amostra de sangue para detectar a presença anticorpos contra o vírus –é o popular teste rápido.
Em geral, esse tipo de teste leva entre 10 a 30 minutos para obter resultados. Já os testes com PCR levam em torno de quatro horas (somados outros processos, porém, o prazo sobe para até dois dias).
O grau de precisão, porém, é maior em testes de PCR, porque o corpo demora um tempo para produzir os anticorpos detectados nos testes rápidos. O prazo é de cerca de cinco dias, de acordo com laboratórios que fornecem esse tipo de exame.
Com isso, a recomendação é que esse teste seja aplicado com base em protocolos específicos e análise após sintomas, para reduzir o risco de resultados negativos em pessoas com o novo coronavírus.
Na última semana, a Anvisa já havia aprovado outros oito registros de testes rápidos para venda no país a laboratórios e serviços de saúde. Com isso, já são 11 testes aprovados. Nenhum deles tem oferta direta ao consumidor –o material é direcionado a serviços de saúde.
Um dos novos testes aprovados nesta segunda, importado pela Roche Diagnóstica, é hoje analisado pelo Ministério da Saúde para possível oferta na rede.
Segundo a empresa, o teste usa a técnica de PCR em máquinas automatizadas, o que permite aumentar o número de amostras analisadas.
A previsão é que sejam analisados 385 resultados em oito horas. O cálculo, porém, não considera o tempo de coleta e envio da amostra ao laboratório. A empresa diz ter seis plataformas hoje no país.
No domingo (22), o ministério disse avaliar a possibilidade de aquisição dessas máquinas, com valor estimado de R$ 2 milhões, para instalação de postos no modelo de “drive-thru” para coleta de amostras da população para exames em caso de sintomas.
Além da Roche, outras máquinas semelhantes alvo de análise são da TermoFischer.
As medidas ocorrem em um momento em que o ministério enfrenta críticas pela decisão de concentrar exames apenas em casos graves, como pacientes internados.
A pasta também anunciou que irá distribuir aos estados cerca de 5 milhões de testes rápidos a serem importados da China. O uso, no entanto, será restrito para diagnóstico de profissionais de saúde em isolamento por suspeita de infecção pelo coronavírus.
Os testes devem ser aplicados entre o 8º e 10º dia após um ou mais sintomas. Se positivo, os profissionais serão mantidos em isolamento. Se negativo, poderão ser liberados.
O volume será doado pela mineradora Vale, que diz estimar que o material comece a chegar a partir do dia 27 deste mês e o restante seja entregue em abril.
Atualmente, o ministério utiliza testes do tipo PCR, por meio de kits produzidos pelo laboratório Bio-Manguinhos, da Fiocruz. Em nota, o laboratório informa que já entregou 30 mil testes e que vem aumentando a produção.
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