Pais e responsáveis relatam temer pela evasão escolar na pandemia
Diante das dificuldades das aulas online e do esgotamento com o confinamento prolongado, aumenta a percepção dos pais de que os filhos não estão evoluindo no aprendizado. O risco de evasão escolar no Brasil vem crescendo ao longo do confinamento por causa da pandemia de Covid-19. Em maio, eram 31% os pais que temiam que os filhos abandonassem a escola; em julho, o número subiu para 38%.
Os dados fazem parte de uma pesquisa do instituto Datafolha que vem acompanhando os reflexos da pandemia dentre estudantes da rede pública brasileira. Resultado de uma parceria entre a Fundação Lemann, o Itaú Social e a Imaginable Futures, o levantamento é encaminhado mensalmente aos governos estaduais, com sugestões de iniciativas que possam minimizar o impacto do fechamento das escolas no país.
Essa é a terceira fase da pesquisa “Educação não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e suas Famílias”, de abrangência nacional. E a primeira fase foi em maio e a segunda, em junho.
PAPEL DOS EDUCADORES
Um dado que chama a atenção é que 90% dizem sentir saudades dos professores.
– Nos sistemas a distância, há muitos alunos sem contato direto com os professores. Mais do que pensar nas aulas remotas, precisamos agora investir em salas de aulas virtuais, aproximar o aluno dos colegas e do professor. É impressionante a diferença que faz um único telefonema semanal do professor para o estudante – declarou o diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne.
Para ele, o resgate das crianças e adolescentes para a escola pode vir daí. O pediatra Fausto Carvalho, chefe do departamento de saúde escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo, concorda.
– A escola tem uma enorme importância para o afeto e a sociabilização. Essa mudança constante de previsões para a reabertura gera mais ansiedade e frustração nas crianças e adolescentes
DADOS DA PESQUISA
O Datafolha realizou, entre 7 e 15 de julho, 1.056 entrevistas, por telefone, com responsáveis por 1.556 estudantes de 6 a 18 anos de escolas municipais e estaduais do país, com uma amostra baseada no Censo de Educação 2019. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e os resultados têm confiabilidade de 95%.
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