Imunização ainda provoca desconfiança por falta de informações
O embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, afirmou que irá compartilhar os estudos iniciais da vacina contra a Covid-19 com a comissão externa da Câmara que acompanha as ações de enfrentamento ao novo coronavírus.
O compromisso foi assumido em audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (26). Os russos ainda não deram prazo para que esses estudos, que têm cerca de 600 páginas, sejam encaminhados à comissão.
Os governos do Paraná e da Rússia firmaram um convênio no início deste mês para produzir a vacina no Brasil. Apesar do otimismo demonstrado pelos russos, a imunização ainda é cercada de dúvidas, pois as fases iniciais de estudo não estão disponíveis à comunidade científica e ao público.
De acordo com Jorge Callado, diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (TecPar), os estudos das fases 1 e 2 da vacina já foram entregues ao instituto, mas ainda estão sob sigilo por acordo de confidencialidade. O TecPar será o responsável pela produção da vacina no Brasil pelo acordo firmado.
– Os estudos já estão sendo enviados para nós, parte deles já está sendo analisado internamente. Mas como temos esse termo de confidencialidade, esses estudos farão parte dos protocolos que serão submetidos aos nossos órgãos reguladores. Comissão de Ética e Pesquisa, Anvisa e assim por diante – afirmou o diretor-presidente do TecPar.
Batizada de Sputnik V, a vacina em desenvolvimento na Rússia já está na fase final de estudos e foi a primeira vacina registrada contra a Covid-19 no mundo. Apesar da rapidez no desenvolvimento, pouco se sabe sobre o medicamento até o momento.
A intenção do governo russo é que a vacinação em massa da população comece em outubro, mas a falta de transparência e de publicação de dados gera desconfiança. Não há divulgação de detalhes dos estudos da fase inicial de testes que a comissão terá acesso.
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