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OMS pede para Brasil avaliar os riscos de sediar a Copa América

Para Michael Ryan, governo deve avaliar gestão de risco e reconsiderar a decisão

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira (7) que os países onde a transmissão comunitária do coronavírus continua devem ter certeza de que possuem um sistema de avaliação e gestão de riscos para organizar eventos em massa de qualquer tipo. A declaração foi feita enquanto o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, comentava sobre a realização da Copa América no Brasil.

– Aconselhamos que qualquer país que organize um evento de massa, especialmente onde haja transmissão comunitária [do vírus], certifique-se de que tem uma gestão de risco adequada, e, quando isso não pode ser garantido, os países devem reconsiderar a sua decisão – disse o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan.

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de aceitar que as partidas da Copa América sejam disputadas no país gerou uma grande polêmica, em um momento em que o Brasil continua sendo a segunda nação do mundo com mais casos e mortes semanais por Covid-19, atrás somente da Índia em números absolutos.

Ryan recordou que os grandes eventos esportivos são especialmente complexos, exigem muita preparação e um bom gerenciamento de riscos e que, mesmo que essas condições sejam atendidas, o risco nunca será zero.

– A OMS não pode tomar decisões por governos ou comitês organizadores. Fazemos uma avaliação de risco e aconselhamos sobre eventos de grande porte quando nos pedem, sejam religiosos, esportivos ou outros – comentou.

Michael Ryan reiterou que os países são soberanos nas suas decisões, mas insistiu que, se quiserem receber eventos onde haverá multidões, devem ter a capacidade de medir e gerir os riscos envolvidos, o que evitará que se torne um foco de transmissão da Covid-19.

Também nesta segunda, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a tendência global de diminuição do número semanal de casos e mortes por Covid-19 continua, mas essa melhora não é geral e que agora a pandemia evolui em duas velocidades, dependendo dos países e regiões.

Assim, por exemplo, enquanto as mortes diminuíram em todo o mundo, aumentaram na última semana nos continentes americano e africano, além da região da Ásia-Pacífico.

Tedros repetiu o conselho que a OMS vem transmitindo aos países durante semanas e meses de não suspender rapidamente as medidas preventivas, apesar de já ter alcançado uma elevada taxa de imunização entre sua população.

Além disso, ele sugeriu que tal decisão fosse tomada de acordo com o nível de transmissão do coronavírus, as variantes em circulação e a capacidade de resposta do sistema sanitário.

– A suspensão das medidas muito rapidamente pode ser desastrosa para aqueles que ainda não foram vacinados – disse Tedros.

Saiba mais em Pleno.News! (Fonte)