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Marco Aurélio: “Me arrependo de assinar a carta pela democracia”

Para ex-ministro do STF, objetivo do manifesto é demonstrar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello concedeu uma entrevista à CNN Brasil nesta quinta-feira (25). O magistrado, que se aposentou da Suprema Corte em 2021, disse estar “arrependido” de ter assinado a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito.

O manifesto, elaborado por ex-docentes de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e lido em ato simbólico no dia 11 de agosto, objetiva, segundo seus autores, defender a democracia. Para o ex-ministro, entretanto, o objetivo verdadeiro do documento é demonstrar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições gerais deste ano.

– Pensei em uma peça de juristas para reafirmar que a democracia veio para ficar. Mas eu vi é que se passou a se utilizar esse manifesto como um instrumento político para se fustigar o atual governo e se apoiar o que seria um candidato da oposição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – observou.

Marco Aurélio alegou que foi convidado a assinar o texto por um ex-diretor da USP, o professor Floriano Azevedo Neto. Ele reitera, no entanto, que, “se soubesse a destinação do manifesto, não teria assinado”.

– Se soubesse que seria essa destinação do manifesto, e não a simples reafirmação da democracia, eu não teria assinado em si o manifesto. Me arrependi [de ter assinado]. E se arrependimento matasse, vocês estariam encomendando a minha missa de sétimo dia – completou.

O ministro, que ocupou uma cadeira no STF por 31 anos, voltou a falar sobre a candidatura do ex-presidente Lula. No decorrer da conversa, ele reiterou que, hoje, “não votaria em alguém que foi condenado quatro vezes pela Justiça Federal, por crimes diversos contra a administração pública”.

– Já votei no ex-presidente Lula, mas não votaria agora como ex-juiz, em alguém que foi condenado quatro vezes pela Justiça Federal, por crimes diversos contra a administração pública (…). Que, no passado, foi presidente do país por oito anos, e que deu as cartas no governo Dilma por mais seis anos. Será que não temos outros candidatos? – concluiu.

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