Presidente afirmou que a comissão é um “jogo de poder”
O presidente Jair Bolsonaro cobrou, na segunda-feira (5), que a CPI da Covid ouça o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR). Personagem central da CPI desde que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse aos senadores que o presidente atribuiu irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin a um “rolo” de Barros, o líder do governo teve o depoimento adiado. Bolsonaro afirmou que a CPI é uma comissão marcada por um “jogo de poder” de gente “idiota” e não serve para nada.
– Olha aqui, o Ricardo Barros quer falar. A CPI não quer mais ouvir ele. Deixa ele falar! Estão acusando que ele fez algo de errado. Deixa ele depor na CPI. Interessa ouvir [só] o que interessa a eles – criticou Bolsonaro na noite desta última segunda-feira, em conversa com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada.
O deputado Luis Claudio Miranda e o servidor público Luis Ricardo Fernandes Miranda denunciaram à CPI um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.
Chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo afirmou que sofreu “pressão atípica” para agilizar a liberação da vacina prevista no contrato intermediado pela Precisa Medicamentos, representante da indiana Bharat Biotech. A desconfiança aumentou quando o Ministério da Saúde recebeu uma “invoice” (nota fiscal) cobrando a antecipação de US$ 45 milhões para o primeiro lote de imunizantes.
Os irmãos Miranda disseram ter avisado Bolsonaro da suspeita de cobrança de propina na aquisição da vacina durante reunião no Palácio da Alvorada, no dia 20 de fevereiro. Foi então que, segundo eles, o presidente teria responsabilizado Ricardo Barros, ministro da Saúde no governo de Michel Temer.
O depoimento de Barros estava marcado para a próxima quinta-feira (8), mas foi adiado. O deputado entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para ser ouvido “o quanto antes”. Alegou “abuso de poder da CPI” e foi às redes sociais.
– A CPI não pode sequestrar a minha honra – afirmou Barros no Twitter.
O relator do pedido de Barros no Supremo é o ministro Ricardo Lewandowski.
Bolsonaro disse, mais uma vez, não ter conhecimento de tudo o que ocorre no governo.
– São 22 ministros; um orçamento enorme. Como é que tenho conhecimento de tudo o que acontece? Agora, quando acontece alguma coisa, toma providência. Pode haver corrupção? Pode. Sempre falei isso aí. Agora, acusar de corrupção… Não foi comprado nada, não foi gasto um centavo, [a empresa] não recebeu nada – repetiu o mandatário.
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