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Número de leitos no SUS volta a crescer após 10 anos

Governo criou mais de 11 mil vagas na pandemia

SUS criou mais de 11 mil leitos hospitalares após pandemia Foto: EFE/Raphael Alves
A busca emergencial por maior estrutura na rede de saúde devido a pandemia do novo coronavírus interrompeu, pela primeira vez, uma queda que vinha ocorrendo nos últimos dez anos no total de leitos de internação existentes no SUS.

Dados de um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostram que, entre fevereiro e junho deste ano, foram abertos 22.810 leitos de internação na rede pública. Com isso, o total passou de cerca de 294 mil a 317 mil.

Até então, o Brasil vinha registrando a cada ano uma queda no número desses leitos. Entre janeiro de 2011 e janeiro de 2020, por exemplo, 41 mil deles haviam sido fechados.

A inversão da curva também fica visível ao observar dados dos primeiros seis meses de 2019 e de período semelhante de anos anteriores, que também apontavam queda.

Segundo o CFM, todos os leitos abertos neste ano são de clínica geral, o que indica que podem estar relacionados à epidemia da Covid-19 no país.

O balanço não engloba o total de leitos de UTI, que também tiveram aumento no período. Até agora, ao menos 11.084 foram habilitados e passaram a ser financiados para uso na rede, de acordo com o Ministério da Saúde.

Para Hideraldo Cabeça, 1º secretário do CFM, ao trazer nova carga ao sistema, a Covid-19 também evidenciou parte do deficit de estrutura que existia na rede.

– Já sabíamos dessa deficiência, o que está ligado também a fila de espera por leitos e de procedimentos eletivos. A pandemia veio deixar essa dificuldade existente na saúde de fácil percepção – disse.

O conselho alerta, porém, para o risco de nova queda no total de leitos em breve.

Isso ocorre porque, além de uma expansão de leitos em unidades fixas da rede, a epidemia estimulou a abertura de hospitais de campanha, tidos como provisórios – não há dados de quanto eles representam do total.

– A nossa preocupação é que muitos desses leitos estão em locais onde não é possível mantê-los, como hospitais em ginásios, campos de futebol e centros de convenções – diz.

Para Cabeça, é preciso avaliar a possibilidade de absorver os leitos onde a expansão ocorreu dentro ou próxima de infraestrutura existente.

O debate de qual deve ser o destino da nova estrutura criada em meio a pandemia tem ganhado força nos últimos dias, em meio aos primeiros sinais de queda no total de novos casos em algumas regiões.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que, diante da pandemia por Covid-19, habilitou 11.084 leitos de UTI, com investimento de R$ 1,5 bilhão. A pasta não informou o total de leitos de internação clínicos abertos no período.

Sobre os planos de absorção dos novos leitos, o ministério afirma que a manutenção será discutida com gestores estaduais e municipais de saúde após o período de emergência.

Saiba mais em Pleno.News! (Fonte)