“A doença provavelmente permanecerá presente por muito tempo”, disse diretor de Emergências da OMS
As vacinas contra o coronavírus não servirão para erradicar a Covid-19, mas para reduzir a mortalidade e as infecções graves que levam a internações, alertou nesta segunda-feira (25) o diretor de Emergências de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan.
– A vantagem da vacina é que podemos reduzir muito significativamente o número de mortes, casos graves e o impacto na sociedade em geral, e nesse sentido poderíamos voltar a uma vida normal – disse Ryan.
Ele deu declarações em um entrevista coletiva.
A esperança de que a nova doença pudesse ser eliminada com a vacina foi frustrada por vários fatores, incluindo a presença do vírus SARS-CoV-2 em tantos países, a impossibilidade de implementar medidas abrangentes e de longo prazo para evitar as infecções, e o fornecimento ainda muito limitado de vacinas. O desafio é enorme, considerando que a humanidade só conseguiu erradicar uma doença do planeta: a varíola.
– A cobertura da vacina não chegará ao ponto em que interromperá completamente a transmissão. A doença provavelmente permanecerá presente por muito tempo, a menos que as medidas (de prevenção) e a cobertura vacinal, que seriam necessárias, sejam atendidas – frisou o especialista.
Ele advertiu que se alguns grupos ficarem de fora da vacinação, particularmente os adultos e jovens, erradicar a Covid-19 será mais difícil.
– Acho que não precisamos considerar a eliminação ou a erradicação deste vírus como a medida de nosso sucesso. Teremos sucesso se reduzirmos a capacidade deste vírus de matar, colocar pessoas no hospital e destruir nossas vidas economicamente – considerou.
Ryan afirmou ainda que o objetivo realista deveria ser controlar o vírus. Para isso, a OMS defende a necessidade de uma distribuição equitativa das vacinas disponíveis para que sejam utilizadas nos grupos mais expostos ao SARS-CoV-2, trabalhadores da área da saúde, idosos e portadores de doenças crônicas, em todos os países e não apenas naqueles que chegaram a acordos diretos com as empresas farmacêuticas que estão produzindo os imunizantes.
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